A Biblioteca Nacional (BN) fez no dia 24 de Setembro a apresentação pública do sítio Web sobre Camilo Pessanha, um incentivo para se revisitar este autor. Representante do simbolismo português, o «exilado da beleza», deu-nos, num só livro, "Clepsidra", uma poética de símbolo, sugestão e música, construída com ânsia, abulia e sentido de diluição, de inutilidade da vida.
Fernando Pessoa considerou-o seu mestre; António Ferro disse, sobre "Clepsidra", o único livro do poeta, publicado em 1897: «a nossa geração tem um missal. Saiu o livro de Camilo Pessanha. A alma de todos nós, desnorteada, tem, enfim, um relógio».
Com efeito, o título "Clepsidra" funciona ele próprio como símbolo de uma poesia de símbolos: no grego significa "relógio de água"; a terminação "–idra" remete para "hidra", mitológico monstro marinho, serpente de inúmeras cabeças que nascem e se desenvolvem à medida que são cortadas, símbolo da impotência humana perante os obstáculos, manifesto sobre a fragilidade da condição humana, a efemeridade das coisas e da existência.
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