quinta-feira, 19 de julho de 2012

Exemplos admiráveis

Porque se aproxima a abertura dos Jogos 2012, já no dia 27, nada como recordar um dos maiores talentos mundiais de ginástica: neste dia, no ano de 1976, Nadia Comaneci, com 14 anos, atingiu pela primeira vez na História, a pontuação máxima (10), na competição olímpica.
Um exemplo de dedicação!


http://www.facebook.com/photo.php?fbid=10150952110797475&set=a.393485087474.173954.265289297474&type=1&theater

 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

NELSON MANDELA DAY

 
NELSON MANDELA, representante máximo da liberdade e da defesa dos direitos humanos, completa 94 anos!
 Referência maior na luta contra o regime da segregação racial vivido na África do Sul,
Nelson Mandela, que se retirou da vida política em 2004, foi libertado em 1990 após 27 anos de prisão.
Foi o primeiro presidente negro da África do Sul, de 1994 a 1999. Fez a sua última aparição pública em 2010, no Mundial de Futebol organizado pelo seu país.
O Mandela Day é reconhecido desde 2009 pela ONU como um apelo mundial de consagração de 67 minutos do nosso tempo a ajudar alguém como homenagem aos valores defendidos por Mandela (estes 67 minutos correspondem aos 67 anos que Mandela consagrou ao combate político).

terça-feira, 17 de julho de 2012

LITERATURA À MESA, DEPOIS DO JANTAR

http://dererummundi.blogspot.pt/


 A mesa em que nos reuníamos às refeições, com duas abas que se abriam, mal chegava para tanta gente, tantos braços mexer e bocas a comer e só algumas a falar, tanto banco e tanta cadeira a gemer. Ao todo éramos nove, pai, mãe, seis filhos e a tia Cecília, irmã da minha mãe, viúva e sem filhos, a viver connosco.

– Come, Lourdes! Está calado, Mário! Tem juízo, Chico, não irrites a tua irmã! Essas batatas são para comer até ao fim! Não ficam aí no prato! Não se come uma azeitona de uma só vez! Não se trata assim uma coisa que leva um ano a criar! À mesa não se fala! Tu, aí, põe-te direito na cadeira, e chega-te para a frente. – Era assim todos os dias, duas vezes ao dia.


Durante uma certa fase do nosso viver comum, depois do jantar e ainda à mesa, o pai lia-nos um capítulo de um livro que sabia escolher na nossa pequena biblioteca ou na da Sociedade Harmonia Eborense. Esta meia hora de leitura foi, durante muito tempo, o nosso folhetim radiofónico ou a nossa telenovela. Ouvimos, assim, diariamente e com a maior atenção, essas leituras que o pai fazia na perfeição, valorizando o texto com inflexões de voz e gestos a condizer.


Foi deste modo, que “lemos”, através dos seus olhos e da sua palavra, entre outras volumosas obras, “A Toutinegra do Moinho”, de Émile Richebourg, “A Execução dos Távoras”, de César da Silva, a “Guerra e Paz”, de Leon Tolstoi, e a “Revolução Francesa”, em três grandes volumes, cujo autor não fixei.


No final tinha lugar um ritual cumprido por todos os filhos que, após pedirem licença para se levantar, saíam do seu lugar e davam uma volta à mesa a desejar a cada um dos ainda sentados o tradicional «bom proveito», seguido de um beijo em cada face. 
Este ritual, que punha fim a um tempo de compostura controlada, marcava também o retomar da liberdade, das brincadeiras e das brigas, em crianças, e das discussões acaloradas ou das saídas à pressa dos rapazes, com destino ao seus próprios interesses, quando mais crescidos. As meninas ficavam em casa a estudar ou a ajudar a mãe e a tia. 


– Bom proveito, meu paizinho. – Era assim que dizíamos, com o pai ainda sentado, sempre mais pausado no final da refeição, para ele, também, uma oportunidade de repouso. À mãe e à tia, o mesmo acto de boas maneiras era dito já na cozinha ou a meio caminho, no levantar da mesa. Nessa mesa festejámos em conjunto não sei quantas, mas muitas, consoadas.

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Era a «mesa dos sessenta pés», como dizia o pai. Dezoito das pessoas que a ela se sentavam, mais trinta e seis dos nove bancos e cadeiras e, ainda, mais os seus próprios seis pés. Tudo somado, dava os ditos sessenta pés. Desses tempos ficou-me a mesa. Depois de tantos anos e de muitas voltas, veio parar às minhas mãos. Está hoje em casa de um dos meus filhos que a mandou consolidar e restaurar um dos pés, meio comido pelo caruncho, na convicção, quero imaginar, de que voltará um dia a ser mesa de muitos pés.



Galopim de Carvalho

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ouro, Prata, Bronze e Menção Honrosa para a Matemática Portuguesa no Pódio Olímpico



Miguel Santos volta a repetir o ouro conseguido em 2011.

O melhor resultado de sempre da matemática portuguesa em Olimpíadas Internacionais de Matemática (OIM): Uma medalha de Ouro, uma de Prata, duas de Bronze e uma Menção Honrosa.

A mais jovem equipa de sempre de matemáticos lusos que representou Portugal nas
53ª Olimpíadas Internacionais de Matemática (decorreram na Argentina, Mar da Prata, entre 8 e 15 do corrente mês), acaba de atingir um novo recorde numa prestação de excelência, a melhor de sempre:
Miguel Santos - medalha de OURO 
Miguel Moreira - medalha de PRATA 
João Nuno Lourenço - medalha de BRONZE 
Luís Duarte - medalha de BRONZE 
Francisco Andrade - Menção Honrosa

As 53ª OIM reuniram 550 participantes provenientes de uma centena de países.


MUITOS PARABÉNS A ESTA EQUIPA E À JOANA TELES 

Recorde-se a constituição da equipa portuguesa: Francisco Tuna de Andrade (9º ano - Escola Secundária do Padrão da Légua, Matosinhos), João Nuno Pereira Lourenço (12º ano - Escola Secundária Filipa de Vilhena, Porto), Miguel Moreira (10º ano - Escola Secundária Rainha D. Amélia, Lisboa) e Nuno Miguel Arala Santos (9º ano - Colégio Nossa Senhora de Lourdes, Porto), Miguel Martins dos Santos (11º ano - Escola Secundária de Alcanena) e Luís Pedro Lopes Duarte (11º ano - Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Alcains).


A equipa lusa foi seleccionada a partir de um grupo de 24 medalhados das categorias A (8º e 9º anos) e B (do 10º ao 12º ano) das XXX e das XXIX Olimpíadas Portuguesas de Matemática.


A participação nas 53ª OIM foi organizada pela Sociedade Portuguesa de Matemática, e a seleção e preparação dos alunos esteve a cargo do Projecto Delfos, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Biólogo português vence prémio de Ambiente da Thomson Reuters

Biólogo português vence prémio de Ambiente da Thomson Reuters

Biólogo português vence prémio de Ambiente da Thomson Reuters

O biólogo português Diogo Veríssimo venceu o prémio da IUCN – Thomson Reuters Environmental Media Awards, cujo objectivo é honrar o jornalismo excepcional de ambiente. “Receber este prémio vai ajudar a promover a minha missão de melhorar o alcance e esforços de angariação de fundos para a conservação de biodiversidade. Estou muito grato a todos que me apoiaram, votaram e partilharam o meu texto”, explicou Diogo Veríssimo.
O prémio convidava todos os intressados a exporem a sua visão da sustentabilidade. Diogo Veríssimo, que está a terminar um doutoramento na área da conservação e marketing social, irá agora participar no próximo World Conservation Congress, que se realiza na Coreia do Sul. Este é o principal congresso de conservação na natureza do mundo e decorre apenas de quatro em quatro anos.
A Thomson Reuters recebeu 162 artigos de 48 países, num total de 24.274 votos registados. O biólogo português, que foi apoiado pelo Green Savers, recebeu 5.352 votos.
Recorde o artigo de Diogo.
O “verde” da crise: tornando um revés numa oportunidade (por Diogo Veríssimo)
“A CRISE económica traz dificuldades mas também cria oportunidades. Quer tenha de gerir uma empresa multinacional ou um orçamento familiar, há duas formas de balançar as contas: ou aumenta as receitas ou diminui as despesas. É neste contexto que a crise económica que atravessamos pode ser o incentivo que precisamos para combater aquele que, é porventura, o maior inimigo do desenvolvimento sustentável: o desperdício
A crise económica que presentemente atinge sobretudo a Europa e a América do Norte tem tido implicações desastrosas. Contudo, o corrente quadro económico apresenta, ao mesmo tempo e talvez mais do que nunca, um grande estímulo à eficiência, essa grande amiga da sustentabilidade. E é este impulso para ser mais eficiente que nos pode levar a finalmente lidar com o gigantesco desperdício que impera no estilo de vida da maioria de nós.
Se acha que isto do desperdício não é uma coisa assim tão importante, então continue a ler. Tomemos como exemplo duas das mais básicas necessidades humanas: comida e água. No ano passado 1,3 mil milhões de comida, o equivalente a 25 mil vezes o peso do Titanic e cerca de um terço da produção mundial, foi desperdiçado. Isto dá em média cerca de 200 kg por pessoa. Quanto à água, cerca de um terço da água potável que extraímos é desperdiçada devido a fugas nas canalizações, torneiras a pingar, etc. Um única torneira a pingar pode desperdiçar mais de 20 litros de água por dia. Nos Estados Unidos, as famílias desperdiçam cerca de 1 trilião de litros por ano, o suficiente para encher 40 mil piscinas olímpicas.
Este desperdício colossal, para além de pouco ético, tem um custo também ele colossal. Voltando aos Estados Unidos, o país para o qual há mais dados, €32 mil milhões (R$80,7 mil milhões) são gastos todos os anos em comida que nunca chegará a ser consumida. Isto é 40 vezes mais do que os lucros conseguidos pelo Facebook no mesmo período. A isto temos de juntar mais €600 milhões (R$1,5 mil milhões) por ano para que esta comida desperdiçada seja transportada e mantida em aterros sanitários ou incinerada. Em relação à água, os números são igualmente assustadores. Nos Estados Unidos as famílias gastam cerca de 10 mil milhões (R$25,2 mil milhões) por ano em água que nunca será usada. Isto é 26 vezes o lucro anual da companhia de material desportivo Nike.
Estes números podem inicialmente parecer avassaladores, mas não devem. A enorme quantidade de desperdício produzido pela sociedade em que vivemos é igualada por uma enorme oportunidade, e dado o contexto económico uma necessidade, para ser mais eficiente. Está nas nossas mãos fazer o nosso estilo de vida mais economicamente e ambientalmente sustentável. A diferença está em pequenos detalhes como ter a criatividade de organizar uma refeição com as sobras dos dias anteriores em vez de deitar tudo para lixo ou fechar a torneira enquanto escovamos os dentes poupando litros e litros de água. Podemos e devemos fazer desta crise uma oportunidade para a sustentabilidade ambiental”.

http://greensavers.sapo.pt/2012/07/02/biologo-portugues-vence-premio-de-ambiente-da-thomson-reuters/

domingo, 1 de julho de 2012

NO DIA MUNDIAL DAS BIBLIOTECAS

NO DIA MUNDIAL DAS BIBLIOTECAS

Robert Musil, "O Homem sem Qualidades"
«[…]— Nesse sentido arranjei um cartão de sócio da nossa ilustríssima biblioteca imperial e, guiado por um bibliotecário que se colocou amavelmente à minha disposição, mal soube quem eu era, penetrei nas linhas inimigas. Percorremos as fileiras desse colossal armazém e, posso afirmar-te sinceramente, não me senti de modo algum impressionado: aquelas prateleiras de livros não metem mais medo do que uma parada de guarnição. No entanto, passado um momento, comecei a fazer cálculos mentais e cheguei a um resultado bastante estranho. Imagina tu que eu dissera de mim para mim, antes de entrar, que, se me pusesse a ler um livro por dia, o que era sem dúvida muito cansativo, acabaria mesmo assim por os ler todos, mais tarde ou mais cedo, e poderia aspirar, depois, a uma certa posição na vida intelectual, mesmo que saltasse um ou outro de vez em quando. Mas tu imagina o que me disse o bibliotecário ao ver que o nosso passeio se prolongava e quando lhe perguntei quantos volumes continha exactamente aquela absurda biblioteca! «Três milhões e meio», respondeu ele! […] Vou dizer-te, meu caro, aquilo que eu já calculava: aquele homem passa a vida entre esses milhões de livros, conhece-os a todos, sabe o lugar exacto de cada um: devia portanto poder ajudar-me. […] «Ah!» Comecei eu. «Diga-me lá o senhor como é que consegue, no meio de tantos livros, encontrar sempre aquele de que precisa?» […] «Meu general! Quer saber como é que eu consigo conhecer cada um destes livros? Nada me impede de lho confessar: é porque nunca li nenhum!»
Maria Almira  Soares, no facebook