quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

De branco, para acolhermos quem entra na nossa BE

 
PRELÚDIO DE NATAL
Tudo principiava
pela cúmplice neblina
que vinha perfumada
de lenha e tangerinas
Só depois se rasgava
a primeira cortina
E dispersa e dourada
no palco das vitrinas
a festa começava
entre odor a resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas
A cidade ficava
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas.
    
                                          (David Mourão-Ferreira)


Natal na nossa BE

 
As velhas gavetas da velha escola compõem uma árvore de Natal... todos os dias nascem estórias no espanto de quem admira as dezenas de objetos com que lhe enfeitámos os sonhos. 



 

Que marcas vivem nos livros, esses objetos habitados?

Que marcas nos deixam eles?

 

Sulcos vincados,

Subtis grãos de areia,

Dobras nas histórias dos dias que passam…

 

Caminhos na busca do conhecimento e da sabedoria.

 

M.A.P.S./D.M.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Joaquim Benite - o teatro português fica muito mais pobre

"Um grande lutador. Um Um grande lutador. Um homem que construiu um grupo, um edifício, e um organismo, e soube lidar com as forças vivas de uma maneira quase inédita"

Nuno Carinhas - Director artístico do TNSJ

Oscar Niemeyer (1907- 2012)

Oscar Niemeyer, el poema en la curva 

 http://www.youtube.com/watch?v=SUDVKuHMovk&feature=share 

 "A vida é chorar e rir. Aproveitar os momentos de tranquilidade e brincar um pouco. Depois os outros, é aguentar. A vida é um sopro, não é?“

Oscar Niemeyer

 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eugénio de Andrade


Um dia, a Inês Lourenço quis apresentar-me ao Eugénio de Andrade e oferecer-lhe um livro meu. Éramos amigos, ela adorava-o, ele já tinha a sua fundação e marcava muito a vida das pessoas da poesia no Porto. Eu sabia que ele tinha um trato muito antipático. Frequentava as leituras e demais eventos da fundação e sempre me impressionava o modo trombudo como assisti...
a. A sala rodeada de retratos seus, as pessoas todas observando-o na expectativa de saber se dos seus dedos algum pássaro nascia.
Foi uma surpresa que a Inês Lourenço tivesse um livro meu na carteira. Foi uma surpresa que o tirasse da carteira no momento em que dizia ao poeta que queria muito apresentar-lhe um amigo, um jovem que considerava promissor. No mesmo instante, o Eugénio de Andrade tirou-lhe o livro da mão e, ainda mais trombudo, furioso como trovões, disse que estava farto de jovens e que não leria mais nada de ninguém. Disse que, se deixássemos ali aquela merda, aquela merda iria imediatamente para o lixo.A Inês queria encontrar um buraco para se meter. A mim, deu-me um certo ataque de riso. Não achei aquilo nada pessoal, mas fiquei nervoso, sem jeito. Era apenas uma indisposição, sim. Mas, na verdade, nada que não lhe fosse coerente.Hoje, percebo que gosto mais do Eugénio de Andrade do que gostava então. Mesmo antes do episódio antipático. Envelhecer é querer simplificar, tornar cada coisa mais límpida, elementar. Ganhar idade faz com que o Eugénio de Andrade deixe de ser apenas solar e passe a ser a pureza possível. Claro que ele devia angustiar por aspirar à pureza, distante dela como devia estar, como estamos todos. Mas a sua aspiração é o que conta e, no final, assim o identifica.Ler Eugénio de Andrade é passar a alma por água limpa. A sua poesia tem uma propriedade de higienização que nos permite a transcendência em vida, sem mais esquisitice que não o deslumbre.A Assírio & Alvim está a publicar, agora em grande e perfeição, a integral da poesia do Eugénio de Andrade. A cada volume, relemos os clássicos de sempre. Lapidares, como nascidos directamente da natureza do tempo. Como se o tempo fosse pronunciando o que lhe parece, maduro. Um tempo que se pensa, sábio. Alguns dos seus poemas não parecem trabalho de ninguém, são a respiração natural das coisas. A assombrosa manifestação do que demorou a eternidade para ter voz.Sempre vi o Eugénio de Andrade como um poeta ideal para os começos. Receitei os seus livros a todos os jovens, tão irónico parece isso agora, porque estive convencido de que não há melhor para seduzir para a leitura e a escrita. Hoje, percebo que os seus textos são sobretudo para quem quer chegar ao limite das palavras. Ali, onde elas acabam de ser palavras e passam a mexer nos nossos ossos com dedos.

P.S. Uma admirável demonstração de maturidade perante a armadilha do ressentimento. E tem razão - não era pessoal:).
 
 valter hugo mãe - IN "Pública", 2/dez./2012

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

SARAMAGO - Uma História de 90 anos - concurso

No ano em que se celebra o 90º ano do nascimento do escritor José Saramago, o Plano Nacional de Leitura, em conjunto com a Rede de Bibliotecas Escolares, a Editora Leya-Caminho e a Fundação José Saramago, associam-se para assinalar o percurso pessoal e literário deste autor, de forma abrangente e com especial destaque para o público escolar.
Neste sentido, é lançado o Concurso SARAMAGO – UMA HISTÓRIA DE 90 ANOS’ (de 16 de novembro/2012 a 11 de março/2013) dirigido aos alunos do ensino secundário e aos docentes dos diferentes níveis de educação/ensino, com o objetivo de estimular a criação e divulgação de trabalhos/textos, em suporte digital, e procurando incentivar a revelação de novos talentos.
A iniciativa apela à participação ativa de alunos e professores, através da produção de textos originais com inspiração na obra de Saramago [ver Regulamento na página dos Concursos PNL], utilizando as tecnologias como suporte de apresentação (formato digital).
Todas as escolas da rede pública (sede de agrupamentos e escolas não agrupadas) e escolas privadas têm disponível, no Sistema de Informação do PNL, dois formulários para inscrição no concurso:
SARAMAGO - Uma História de 90 Anos (Alunos)
SARAMAGO - Uma História de 90 Anos (Docentes)
Apelamos à divulgação desta iniciativa junto de todos os docentes e alunos do 12º Ano, nas escolas em que este nível de ensino funcione.
Para mais informações ou esclarecimentos enviar por Correio eletrónico para o PNL.

"Rómulo de Carvalho/António Gedeão, o Príncipe Perfeito"

 
 
Dele já havia uma autobiografia publicada em 2010 pela Fundação Gulbenkian - Memórias.

A filha do professor de ciências e poeta, Cristina Carvalho, escreveu agora uma biografia da personagem ímpar da cultura portuguesa do século XX - um retrato "familiar" de um autor cuja memória continua a ser inspiradora.

Cristina Carvalho, também ela escritora, é autora de "O GATO DE UPPSALA", "LUSCO-FUSCO", "A CASA DAS AURORAS", "NOCTURNO: O ROMANCE DE CHOPIN", "ANA DE LONDRES", "ATÉ JÁ NÃO É ADEUS", entre outras obras.

COMO A INTERNET MUDOU AS NOSSAS VIDAS

 

O jornal Público tem um novo site. Para assinalar esta mudança, publicou, nos últimos dias, entrevistas com cinco especialistas para fazer um balanço do seu impacto e tentar perspectivar tendências sobre a Internet. A Internet tem vindo a mudar radicalmente as nossas vidas: o nosso trabalho, o nosso lazer, a nossa forma de comunicar, o nosso quotidiano.
Eis  os entrevistados:

"Começamos a série com Clay Shirky, que escreveu Eles Vêm aí: o Poder de Organizar sem Organizações (de 2008, em Portugal editado pela Actual Editora) e Cognitive Surplus: Creativity and Generosity in a Connected Age (2010). É professor na New York University (NYU) e analisa a forma como a Internet se transformou num meio de conversa e de organização de grupos.

No dia seguinte, falamos com o guru Jeff Jarvis, autor de O Que Faria o Google? (Gestão Plus, 2010), Public Parts: How Sharing in the Digital Age Improves the Way We Work and Live (2011), director do Tow-Knight Center for Entrepreneurial Journalism na CUNY (City University of New York) e consultor de várias empresas de media - ele é um dos defensores da ideia de tornar público aquilo que muitos consideram que deve ser privado.

Depois, é a vez de Ethan Zuckerman, colaborador de vários projectos, como o MIT Center for Future Civic Media, e investigador do Berkman Center for Internet and Society da Universidade de Harvard, e fundador do projecto Global Voices – um site que é uma comunidade de bloggers de todo o mundo e que se afirmou como uma fonte de informação alternativa.

A seguir, entrevistamos o bielorrusso Evgueny Morozov, que está neste momento a terminar um livro, com o título provisório Silicon Democracy, depois de defender que a Internet ajuda os regimes autoritários em The Net Delusion: The Dark Side of Internet (2011).

Finalmente, publicamos a entrevista com Nicholas Carr, cujo livro The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains foi finalista dos prémios Pulitzer de não-ficção. Carr tem-se dedicado a estudar os efeitos perversos da Internet no nosso cérebro, analisando a forma como tem tornado o nosso pensamento mais distractivo, errático e rápido. É ainda autor do artigo Is Google making us stupid?, amplamente debatido (pode ler-se na edição online da revista The Atlantic), e dos livros de The Big Switch: Rewiring the World, from Edison to Google (2008) e de Does IT Matter? (2004)."


Data de publicação das entrevistas no Público on-line:http://www.publico.pt/http://www.publico.pt/
Dia 22, 5ª feira: Clay Shirky - “A Internet não é uma esfera separada da vida”
 
 
Dia 23, 6ª feira: Jeff Jarvis - “Gostaria de convencer as pessoas a escolherem a exposição pública”
 
Dia 26, 2ª feira: Ethan Zuckerman - “A Internet pode ajudar a democracia por ser descentralizada”
Dia 27, 3ª feira: Evgueny Morozov - “Teremos muito mais censura personalizada”
 
Dia 28, 4a feira: Nicholas Carr - “A Internet mudou a nossa percepção do tempo”
 

A nossa Biblioteca vestiu-se de festa - dezembro traz consigo o Natal