sábado, 31 de dezembro de 2011
FELIZ ANO NOVO, SEMPRE!
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Livros portugueses de divulgação de ciência
Sobre este tema, lemos no De Rerum Natura uma crónica de António Piedade (http://dererummundi.blogspot.com/2011/12/os-livros-portugueses-de-divulgacao-de.html):
O ano de 2011 foi generoso em livros de autores portugueses dedicados à divulgação de ciência. Digo até mais: 2011 deu à estampa alguns volumes que vão ficar (já estão) na galeria dos melhores livros de sempre de divulgação de ciência em língua portuguesa.
Nessa lista de livros de 2011 destacam-se dois que adquirimos para a nossa BE; foram publicados no último trimestre pela Gradiva: “Darwin aos Tiros e outras Histórias de Ciências”, de Carlos Fiolhais e David Marçal e “Casamentos e Outros Desencontros”, de Jorge Buescu. Se o primeiro nos revela histórias da ciência insuspeitas e muito divertidas, o segundo apresenta de uma forma que equilibrada o rigor matemático e a transmissão do seu entendimento por todos, num tom muito humorado e subtil característico de Jorge Buescu. A divulgação da matemática contemporânea, que é substância de inúmeros aspectos do nosso quotidiano, ficou mais rica e mais acessível a todos.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
ALVES REDOL
O centenário do nascimento do escritor Alves Redol (Vila Franca de Xira, 29/dez/1911- Lisboa, 29/nov/1969) , um dos mais importantes nomes do Neorrealismo português, é hoje assinalado na terra natal do escritor com uma sessão evocativa, pelas 18:30, no Museu do Neo-Realismo.
A efeméride tem vindo a ser celebrada ao longo do ano pelo museu com exposições, exibição de filmes e leituras encenadas, e irá prolongar-se até janeiro de 2012 com a atribuição de um prémio com o nome do autor e com a realização de um congresso internacional em Lisboa.
Hoje, dia em que se completam cem anos do nascimento, o Ateneu Artístico Vilafranquense organiza uma arruada pela cidade até ao local onde de encontra a estátua de Alves Redol, com a atuação da Banda do Ateneu. (Diário Digital / Lusa)
Gaibéus (1939); Avieiros (1942); Fanga (1943); Porto Manso (1946); Ciclo Port-Wine: Horizonte Cerrado (1949), Os Homens e as Sombras (1951), Vindima de Sangue (1953); Olhos de Água (1954); A Barca dos Sete Lemes (1958); Uma Fenda na Muralha (1959); Cavalo Espantado (1960); Barranco de Cegos (1961); O Muro Branco (1966); Os Reinegros (1972); Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos (1962); Histórias Afluentes (1963)
Estudos: Glória: Uma Aldeia do Ribatejo (1938); A França: Da Resistência à Renascença (1949); Cancioneiro do Ribatejo (1950); Ribatejo (Em Portugal Maravilhoso) (1952); Romanceiro Geral do Povo Português (1964).
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Comunidade monástica ecuménica Taizé leva “love parade” cristã a Berlim, com 30 mil jovens para derrubar outros muros
O Muro de Berlim caiu em 1989, permitindo a reunificação alemã, mas permanecem outros muros por deitar abaixo. A partir desta quarta-feira, 30 mil jovens invadem a capital alemã numa espécie de “love parade” de jovens cristãos. A ideia é ajudar a derrubar muros de outro género, convocados pela comunidade de monges de Taizé (França), que reúne católicos e protestantes.
É a primeira vez que Taizé vai a Berlim para um destes encontros do que a comunidade designa como “peregrinação de confiança através da terra” – e que passou por Lisboa em 2004. A Alemanha é um dos países mais representados nos encontros em Taizé: “Ter um encontro europeu na capital do país tornava-se cada vez importante. Ainda por cima sendo Berlim a cidade simbólica que é, com marcas históricas de separação, divisão e reconciliação”, diz ao PÚBLICO o irmão David, responsável pelos contactos com os media e o único português da comunidade.
Há, no entanto, uma pré-história deste encontro: desde 1961, quando o Muro de Berlim foi construído, os irmãos de Taizé multiplicaram as visitas à parte Leste, sob o domínio comunista. E em 1986, o fundador da comunidade, o irmão Roger Schutz, visitou a cidade para um encontro de jovens, com uma oração simultânea numa igreja católica e outra protestante. Foi necessário garantir às autoridades que não haveria jovens ocidentais a rezar no meio dos seis mil berlinenses de Leste. “Pessoas que viveram esse encontro há 25 anos, jovens nessa altura, foram apoios fundamentais na preparação do encontro que agora começa”, diz o irmão David.
Os 30 mil participantes (entre os quais 400 portugueses) serão acolhidos, por estes dias, em famílias da cidade e arredores. “Muitas famílias que habitualmente não vão às igrejas sentiram-se interpeladas pela iniciativa e vão acolher jovens durante o encontro, dando uma imagem de hospitalidade, mas também de abertura a uma iniciativa religiosa e, quem sabe, a uma busca espiritual”, acrescenta o monge português. Ontem mesmo, muitas famílias sem prática religiosa continuavam a inscrever-se para acolher jovens, contava o irmão David.
Orações, debates e manifestações artísticas
Durante os dias do encontro, os participantes terão tempos de oração nas 150 paróquias protestantes e católicas da cidade de manhã; ao início e ao final da tarde concentram-se nos pavilhões do parque de exposições de Berlim. As orações das 18h serão transmitidas em directo através do site.
O programa completa-se com debates sobre questões sociais, económicas e políticas, manifestações artísticas e religiosas. Nele se incluem uma reflexão bíblica partilhada por uma rabina judia e um monge de Taizé com membros da comunidade judaica; uma visita a uma mesquita e um debate com muçulmanos; um encontro com refugiados e um outro com deputados do Bundestag, o Parlamento federal, sobre a participação dos cidadãos na política – na carta do irmão Aloïs lê-se que é preciso “escutar os jovens que expressam a sua indignação” perante a pobreza e a injustiça, tentando “compreender as suas motivações essenciais”.
Várias personalidades – entre as quais o Papa Bento XVI, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, e a chanceler alemã, Angela Merkel – enviaram mensagens aos participantes, também disponíveis no site de Taizé. O Papa escreve que, “perante a pobreza e as injustiças, numerosos jovens deixam-se ganhar pela revolta, pelo desespero ou mesmo pela violência”, mas eles precisam “da paz” que se encontra na fé.
IN http://www.publico.pt/Mundo/
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Repositório Institucional da Universidade de Aveiro Produção intelectual de livre acesso
Acaba de ser disponibilizado o Repositório Institucional da Universidade de Aveiro (RIA), um sistema de informação que armazena, preserva divulga e dá acesso à produção intelectual da Universidade de Aveiro em formato digital, através da web e de forma gratuita, em regime de acesso livre.
O RIA conta já com um conjunto de depositantes registados de várias comunidades da UA e com mais de 4200 documentos diversos, entre artigos científicos, dissertações de mestrado, teses de doutoramento, livros e capítulos de livros, working papers, recensões (livro/ artigo), comunicações em conferências e relatórios (científicos e técnicos).
Este sistema de informação tem como principais objetivos promover o conhecimento e o aumento do impacto da investigação produzida na UA, reforçando a sua visibilidade, partilhar o conhecimento científico e técnico, contribuindo para a geração de novos conhecimentos e ajudar a preservar a memória intelectual desta instituição universitária.
A estrutura do RIA reflete a lógica organizacional da UA, de forma a permitir um melhor conhecimento da produção científica por áreas, unidades de investigação e departamentos, resultando numa gestão de informação mais eficiente. O Repositório está organizado em coleções, que correspondem à tipologia dos documentos que aí podem ser depositados, adotada pelo Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP).
O auto arquivo e depósito de documentos no RIA
Pretende-se que o RIA se constitua no seio da rede de informação de toda a Universidade como um sistema de informação que inclua os documentos de carácter científico. Por essa razão, para que os documentos possam ser arquivados, deverão ser produzidos por membros da UA, em autoria ou coautoria, refletir o resultado de atividades de investigação ou ensino, estar em formato digital, não serem efémeros e terem sido previamente publicados.
O processo de auto arquivo e depósito de documentos (em formato digital) é realizado pelos próprios docentes e investigadores. O depositante deverá ser um utilizador registado ao qual foram previamente atribuídas permissões de depósito, numa ou em várias comunidades da UA.
Alguns documentos são exclusivamente depositados pela equipa dos Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia (SBIDM). Nesta modalidade de arquivo incluem-se todas as teses de doutoramento e as dissertações de mestrado defendidas na UA, que obrigatoriamente são entregues na Biblioteca.
Acesso livre e direitos de autor
No contexto da produção científica, o criador intelectual da obra detém todos os direitos sobre a mesma, no entanto, os direitos podem ser cedidos a terceiros, como é o caso da publicação em revistas científicas. As condições inerentes à transmissão dos direitos do autor para terceiros variam consoante a política praticada pela editora da publicação. Na maioria dos casos, as editoras permitem o depósito dos documentos em repositórios institucionais, sendo variável a especificação relativamente à versão que permitem depositar.
Os documentos depositados no RIA podem estar disponíveis via web, em acesso livre, ou sujeitos a um embargo, ou seja, uma restrição de acesso por tempo determinado, que pode ir de seis meses, a um ou dois anos. É ainda possível o depósito em acesso restrito, situação que se deverá aplicar nos casos em que as editoras tenham políticas mais restritivas.
Disponível no endereço: http://ria.ua.pt/, o Repositório é fruto do trabalho conjunto de um grupo de técnicos dos SBIDM e dos Serviços de Tecnologias da Informação e Comunicação (STIC), coordenado pelo Pró-reitor, Prof. Osvaldo Rocha Pacheco, que exploraram e adaptaram às necessidades institucionais o software DSpace, uma aplicação open source para a criação e gestão de repositórios institucionais.
O texto integra a edição nº 16 Linhas – Revista da Universidade de Aveiro.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Nasa dedica imagem do dia à Península Ibérica - Diferentes áreas metropolitanas de Portugal e Espanha são visíveis
A agência norte-americana partilha na sua página oficial que pretende partilhar com o público, imagens, historias e descobertas sobre o clima e meio ambiente, baseadas em investigações. Para além de Portugal e Espanha, a agência ainda põe em evidência o estreito de Gibraltar, França e o norte de África.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=52338&op=all
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Árvore de natal em papel
Será pela crise económica ou pela pouca utilização dos livros de referência nas bibliotecas mas o certo é que as árvores de natal em papel começam a ser uma moda. Livros empilhados, livros abertos, mais altas ou mais pequenas, são uma imagem cada vez mais comum em bibliotecas, num exercício de criatividade e de trabalho de equipa.
Em 2009 na biblioteca de Gleeson (São Francisco, EUA) |
Read more: http://bibliotequices.blogspot.com/2011/12/arvore-de-natal-em-papel.html#ixzz1iJC4t93p
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Sobreiro, Árvore Nacional de Portugal
O Sobreiro é considerado Árvore Nacional de Portugal - por unanimidade do parlamento, foi aprovado hoje o projeto de resolução.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Václav Havel (Praga, 5 de outubro de 1936 — Praga, 18 de dezembro de 2011
sábado, 17 de dezembro de 2011
José Luís Peixoto e o seu "ABRAÇO"
Cesária Évora (Mindelo, 27 de agosto de 1941- 17 de dezembro de2011)
http://letras.terra.com.br/cesaria-evora/343743/
Uma das vozes grandes da lusofonia, conhecida como «a diva dos pés descalços», foi a cantora de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular caboverdiana. Apesar de ser sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora foi também apelidada "rainha da morna".
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Prémio "Pessoa" 2011 para Eduardo Lourenço - " o Nobel da Rua dos Douradores"
Ensaísta, professor universitário, filósofo. Eduardo Lourenço é um dos autores portugueses mais consagrados e um intelectual com maior projeção internacional.
É o 25.º premiado com o Prémio Pessoa, uma iniciativa do Expresso em colaboração com a Caixa Geral de Depósitos.
Um trabalho 'ciclópico', como afirmaram os responsáveis científicos da Fundação Calouste Gulbenkian que este ano iniciaram a publicação da obra. De facto, são 38 volumes de ensaios político-filosóficos escritos entre os anos de 1945 e 2010, de um autor que apesar da sua enorme projecção internacional permanece "pouco lido em Portugal", justifica a Gulbenkian.
Prémio "Pessoa" 2011 para Eduardo Lorenço - "O Nobel da Rua dos Douradores"
Eduardo Lourenço eleito Prémio Pessoa (fotogaleria e vídeo) http://aeiou.expresso.pt/o-nobel-da-rua-dos-douradores=f694739
Ensaísta, professor universitário, filósofo. Eduardo Lourenço é um dos autores portugueses mais consagrados e um intelectual com maior projeção internacional.
É o 25.º premiado com o Prémio Pessoa, uma iniciativa do Expresso em colaboração com a Caixa Geral de Depósitos.
A reedição, pela Fundação Caloustre Gulbenkian, da sua obra completa - num total de 38 volumes - foi o motivo mais imediato para a atribuição do prémio. Um trabalho 'ciclópico', como afirmaram os responsáveis científicos da Fundação Calouste Gulbenkian que este ano iniciaram a publicação da obra. De facto, são 38 volumes de ensaios político-filosóficos escritos entre os anos de 1945 e 2010, de um autor que apesar da sua enorme projecção internacional permanece "pouco lido em Portugal", justifica a Gulbenkian.
Eduardo Lourenço nasceu numa pequena aldeia da Beira Alta, em 1923. Cedo radicado em França, permaneceu sempre fortemente ligado a Portugal.
"Fico furioso", afirmou recentemente em entrevista, quando questionado sobre o facto de poder ser considerado exilado. Ainda este ano, na sua aldeia, foi homenageado como figura ímpar da cultura nacional.
O Prémio Pessoa tem, este ano, o valor de 60 mil euros.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Arquitectos ´honoris causa´pela Universidade de Aveir
"Com esta distinção, a UA pretende homenagear as impressões digitais que cada um destes arquitetos deixou um pouco por todo o mundo e, em especial, no Campus Universitário de Santiago, o único local onde se podem ver obras de dois Prémios Pritzker praticamente lado a lado." (Souto Moura, em 2011, e Siza Vieira, em 1992).
domingo, 11 de dezembro de 2011
LUIZ RANCISCO REBELLO (1924-2011)
Advogado, dramaturgo e crítico teatral, Luiz Francisco Rebello publicou também títulos nas áreas do ensaio e da história do teatro.
Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República, lamentou, esta sexta-feira, a morte do dramaturgo Luiz Francisco Rebello, referindo que a cultura nacional perdeu «um dos seus mais empenhados promotores».
«Com a sua morte, a cultura portuguesa e em particular as artes do palco perderam um dos seus mais empenhados promotores», refere Cavaco Silva na mensagem de condolências que enviou à família de Luiz Francisco Rebello e foi entretanto divulgada na página oficial da Presidência da República.
Já o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, salientou o pioneirismo de Luiz Francisco Rebello, na defesa dos direitos de autor. «Como vulto da cultura, foi pioneiro na defesa dos direitos de autor, deixando uma herança neste domínio que protege e enobrece diversas gerações que têm a produção cultural como ofício», afirma Francisco José Viegas, num comunicado enviado à Agência Lusa.
sábado, 10 de dezembro de 2011
A Declaração Universal dos Direitos Humanos
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Uma oliveira carregada de poemas "para alimentarmos o mundo e sermos invencíveis"
IN - http://bibliotecariodebabel.com/
- 10/dez/2011
VER MAIS EM
http://www.josesaramago.org/
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
"O teatro e as serras"
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=u0XJoCCEQvs
Grande Reportagem SIC sobre a encenação da peça "À manhã", de José Luís Peixoto, em Trás-os-Montes pelo Grupo de Teatro Filandorro; uma reportagem de Sofia Arêde e João Gomes (imagem), com edição de imagem de Ricardo Tenreiro.
Um trabalho que nos dá um retrato do encontro entre os actores e a população, entre a ficção e a realidade, um retrato do interior envelhecido e isolado de Portugal.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Os mais inteligentes deitam-se tarde?
Dizer, à luz das fábulas que nos habituámos a ouvir desde pequeninos, que as corujas são mais inteligentes do que as cotovias não é coisa que nos cause estranheza. Mas quando usamos estes equivalentes da fauna para caracterizar as pessoas consoante os seus padrões de sono e picos de actividade, então a coisa fia mais fino. Só que é exactamente o que defendem investigadores da London School of Economics and Political Science: os que se deitam mais tarde, as "corujas", são, tendencialmente, mais inteligentes do que os que acordam cedo, as "cotovias". A relação directa entre o QI (quociente de inteligência) e as horas a que somos mais produtivos intelectualmente é ainda olhada com alguma reserva por muitos especialistas. A neurologista Teresa Paiva, professora da Faculdade de Medicina de Lisboa, não conhece em pormenor as conclusões do trabalho da equipa liderada por Satoshi Kanazawa, mas, para já, deixa reticências quando instada a comentá-las. Teresa Paiva, reconhecida especialista do sono, destaca que há outras conclusões nesta área que estão bem sedimentadas: "Que afecta a personalidade, sim, está demonstrado. As pessoas mais activas de manhã tendem a ser mais organizadas, os noctívagos têm uma inteligência mais imaginativa. E também não ficam dúvidas de que as horas de sono influenciam o QI, porque um cérebro cansado tem pior desempenho." Mas o estudo da London School of Economics (LSE) não se debruçou sobre a quantidade ou a qualidade do sono, antes sobre as horas a que as pessoas se sentem mais activas a nível intelectual. Aparentemente, e a crer nas suas conclusões, os que se levantam e deitam cedo são menos inteligentes do que aqueles que prolongam a sua actividade pela noite. Satoshi Kanazawa fala mesmo de uma evolução da espécie: citado pelo jornal Winnipeg Free Press, ele lembra que os humanos ancestrais eram diurnos e que uma mudança progressiva para hábitos mais nocturnos configura uma "preferência evolucionária" para seres mais inteligentes, "com um nível mais elevado de complexidade cognitiva".
"Cotovias" inteligentes
Ou seja, a humanidade tenderia a ser cada vez mais nocturna, porque vai ficando mais inteligente e é esse o ritmo natural dos mais dotados intelectualmente. Mas esta conclusão é de longo prazo, até porque já foi demonstrado, nomeadamente em trabalhos realizados na Universidade de Bolonha, que as pessoas tendem a ser mentalmente mais "preguiçosas" de manhã entre os 17 e os 21 anos e que depois esse padrão se altera com a idade. O que encaixa bem na ideia de que os madrugadores são mais responsáveis. É claro que todas as regras terão excepções e a conclusão de que os mais noctívagos são intelectualmente superiores ainda nem sequer ganhou foros de regra. Teresa Paiva lembra, por exemplo, que Benjamin Franklin (um génio polivalente que se destacou em áreas do conhecimento tão diversas como a política, a ciência ou a literatura) era uma "cotovia". "Conheço cotovias muito inteligentes", insiste, embora pessoalmente, e por ser "noctívaga", as conclusões da LSE lhe possam soar simpáticas... Quem também se define como "mais coruja" é Prates Miguel, advogado e presidente da Associação Portuguesa dos Amigos da Sesta. Mas também ele, e apesar de se ver assim colocado do lado dos mais inteligentes, mostra algumas reservas em aceitar as conclusões do estudo da LSE: "É ousado fazer uma afirmação dessa natureza, até porque há questões físicas que influenciam os padrões de sono e actividade..." Lamentavelmente, a importância da sesta não foi contemplada nestes estudos. Serão os praticantes da sesta mais inteligentes do que os outros? Resposta diplomática à provocação: "Não, nada disso!"
O sono de beleza
"A sesta é um sono depois do almoço, só faz sentido a essa hora. É um complemento, não substitui o sono perdido. E não é para todos: há pessoas cujo biorritmo é incompatível com o acto de dormir a meio do dia, não se dão bem", explica este advogado de comunicação fácil e assumido "dorminhoco". "Chego a dormir 12 horas à noite, mais uma sesta de hora e meia..." E quem dorme bem tem "mais agilidade mental contra o cansaço". Se dizer que as pessoas que se deitam e acordam mais tarde têm tendência para ser mais inteligentes do que as madrugadoras pode provocar reacções mais vivas, já as conclusões de outro estudo recente parecem vir apenas comprovar o que já todos sabíamos empiricamente. O Instituto Karolinska, em Estocolmo, Suécia, decidiu dar base científica à noção do "sono de beleza". Voluntários foram fotografados duas vezes, com o mesmo enquadramento, o mesmo fundo e a mesma expressão - a primeira em condições normais e a segunda após 31 horas sem dormir. Depois, pediu-se a voluntários não treinados que escolhessem, entre os dois retratos, o mais agradável. Como seria de esperar, a foto inicial foi a escolhida. No seu artigo, publicado no British Medical Journal, os investigadores constatam que "as pessoas que não dormiram são vistas como menos atraentes, menos saudáveis e mais cansadas". Por isso, para quem quiser equilibrar o brilhantismo intelectual com a beleza física, a receita será deitar-se tarde, mas dormir as horas suficientes. Parece uma regra à prova de bala, embora deixe de fora dois factores decisivos. Primeiro: os ritmos de sono são fortemente influenciados por factores genéticos. Segundo: "Somos governados pelos que se levantam cedo", garante Teresa Paiva.
http://academico.rum.pt/index.php/internacional/999-os-mais-inteligentes-deitam-se-tarde
(jornal oficial da associação académica da universidade do Minho)