terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Geração copy/paste



No passado dia 30, a revista "Domingo Magazine", suplemento do "Diário do Notícias", pôs em destaque o tema da literacia da informação: http://dn.sapo.pt/revistas/nm/

No artigo "Geração Copy/Paste" são apresentadas algumas das conclusões de um estudo na área da Ciência da Informação, coordenado por Armando Malheiro, da Universidade do Porto intitulado: "A Literacia informacional no Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES): estudo da situação das competências da informação em Portugal".

Os resultados não são total novidade para professores e profissionais das bibliotecas que lidam com os adolescentes e os acompanham nos trabalhos escolares.

Eis alguns dados que nos fazem pensar:

"Os jovens de hoje são exímios utilizadores dos computadores e da internet mas nem por isso são gente mais informada. Pelo contrário. Apesar de 99 % deles possuírem e manipularem as novas tecnologias, manifestam uma confrangedora incompetência ao nível da pesquisa, selecção, tratamento e transformação da informação que seleccionam."

"A pesquisa mostra que ao excelente apetrechamento e manuseamento tecnológico dos jovens não se alia um bom desempenho das competências e capacidade na busca e uso da informação no quadro definido pelo Espaço Europeu de Ensino Superior (EEES) e da sociedade da informação/conhecimento. "

«Ficam satisfeitos com os primeiros resultados das buscas. Manifestam uma postura acrítica das fontes e dos resultados obtidos», observa o investigador, ensaiando uma possível explicação para a situação: «Sentem-se auto-suficientes porque dominam o acesso e as condições de acesso tecnológico.» A possibilidade e facilidade de acederem como e sempre que quiserem a um manancial gigantesco de dados parece conferir aos jovens um forte sentimento de apropriação da informação, libertando-os das tarefas mais duras de aquisição do conhecimento."

"Procurámos alargar o conceito de literacia no sentido de perceber não apenas como é que as pessoas buscam informação, mas também o tipo de necessidades que as levam a procurá-la e o modo como elas se relacionam com o meio envolvente, nomeadamente, a escola e a família», sintetiza Armando Malheiro. Que atenção é dada nas universidades – e se ela foi, ou não, já prestada no secundário – ao processo de busca, selecção, uso e transformação eficiente de fontes de informação diversas é a grande questão colocada pela pesquisa. "



Como desenvolver nos estudantes a chamada competência referencial (obter, seleccionar, tratar e sintetizar informação)? O que fazer para modificar este cenário? Como podemos combater esta nova(?!) faceta da (i)literacia da informação?

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