quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Prémio Nobel da Literatura 2009.



«Há roseiras em volta do monumento aos combatentes. Transformaram-se num matagal. Tão emaranhadas que asfixiam as ervas.Dão rosas brancas, pequenas e amarrotadas como papel. Rumoreja. Começa a amanhecer. Em breve será dia.
Todas as manhãs, no seu caminho solitário em direcção à azenha, Windisch regista o dia que começa.»
(In “O Homem é um Grande Faisão sobre a Terra”).

Escritora alemã, Herta Müller, oriunda de uma minoria suábia na Roménia, nasceu em 1953 na aldeia de Nitzkydorf, que hoje já se declarou em festa; estudou alemão e literatura romena na sua terra natal e trabalhou depois como tradutora numa fábrica de Timisoara; foi perseguida antes de ser demitida das suas funções, em 1979, por se ter recusado a colaborar com a polícia política de Nicolae Ceaucescu. Vive em Berlim desde 1987.

Segundo a Academia Sueca, a autora tem "uma escrita com a densidade da poesia e a franqueza da prosa, onde se retrata o universo dos desapossados".
Müller está publicada em Portugal com “O Homem é um Grande Faisão sobre a Terra”, editado pela Cotovia, e “A Terra das Ameixas Verdes”, editado pela Difel.

"Quem ganhou não fui eu, foram os livros, e não a minha pessoa, e julgo que é a melhor forma de lidar com a situação" - garantiu Herta Müller ao falar num conferência de imprensa sobre a distinção que hoje lhe foi atribuída.

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