quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Poeta Fernando Guimarães vence Prémio Ruy Belo

O Prémio Literário Ruy Belo 2008, galardão da Câmara Municipal de Sintra, foi atribuído ao poeta Fernando Guimarães, com o livro "Na Voz de um Nome". O livro de Fernando Guimarães foi distinguido entre 47 títulos concorrentes na categoria de obra poética publicada no biénio 2006/2007.
Fernando Guimarães nasceu no Porto em 1928; além de poeta, destaca-se no campo da literatura igualmente como ensaísta e tradutor. Esta não é a primeira vez que Fernando Guimarães é galardoado; já lhe foram atribuídas importantes distinções nacionais , como o Prémio D. Dinis (1985), da Fundação Casa de Mateus, o Prémio do Pen Clube (1988) e o Prémio da Fundação Luís Miguel Nava (2003).
A sua bibliografia inclui, na poesia, títulos como "Casa: o seu desenho" "As Mãos Inteiras", "O Anel Débil", "Tratado de Harmonia","A Analogia das Folhas; no ensaio, "Linguagem e Ideologia", "Simbolismo, Modernismo e Vanguardas" e "Os Problemas da Modernidade", entre outros.
Como tradutor, transpôs para a língua portuguesa poemas de autores como Byron, Shelley, Keats e Dylan Thomas.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

LIVROS ESQUECIDOS

-Daniel, não podes contar a ninguém o que vais ver hoje. Nem ao teu amigo Tomás. A ninguém.
Um homenzinho com traços de ave de rapina e cabeleira prateada abriu-nos a porta. O seu olhar aquilino poisou sobre mim, impenetrável.
-Bom dia, Isaac. Este é o meu filho Daniel - anunciou o meu pai. - Está quase a fazer onze anos, e um dia ficará a tomar conta da loja. Já tem idade para conhecer este lugar.
O tal Isaac convidou-nos a entrar com um leve gesto de assentimento. Uma penumbra azulada cobria tudo, insinuando apenas traços de uma escadaria de mármore e uma galeria de frescos povoados de figuras de anjos e criaturas fabulosas. Seguimos o guardião através daquele corredor palaciano e chegámos a uma grande sala circular onde uma autêntica basílica de trevas jazia sob uma cúpula retalhada por feixes de luz que pendiam lá do alto. Um labirinto de corredores e estantes refletas de livros subia da base até à cúspide, desenhando uma colmeia tecida de túneis, escadarias, plataformas e pontes que deixavam adivinhar uma gigantesca biblioteca de geometria impossível. Olhei para o meu pai, boquiaberto. Ele sorriu-me, piscadando-me o olho.
-Bem-vindo ao cemitério dos Livros Esquecidos, Daniel.
(...) O meu pai ajoelhou-se ao pé de mim e, sustendo-me o olhar, falou-me com aquela voz leve das promessas e das confidências.
- Este lugar é um mistério, Daniel, um santuário. Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte. Há muitos anos quando o meu pai me trouxe pela primeira vez aqui, este lugar já era velho. Talvez tão velho como a própria cidade. Ninguém sabe de ciência certa desde quando existe ou quem o criou. Dir-te-ei o que o meu pai me disse a mim. Quando uma biblioteca desaparece, quando uma livraria fecha as suas portas, quando um livro se perde no esquecimento, os que conhecemos este lugar, os guardiães, asseguramo-nos de que chegue aqui. Neste lugar, os livros de que ninguém já se lembra, os livros que se perderam no tempo, vivem para sempre, esperando chegar um dia às mãos de um novo leitor, de um novo espírito. Na loja nós vendemo-los e compramo-los, mas na realidade os livros não têm dono. Cada livro que aqui vês foi o melhor amigo de alguém. Agora só nos têm a nós, Daniel. Achas que vais poder guardar este segredo?
O meu olhar perdeu-se na imensidade daquele lugar, na sua luz encantada. Fiz um sinal de assentimento e o meu pai sorriu.
- E sabes o melhor? - Perguntou.
Abanei a cabeça em silêncio.
- O costume é que a primeira vez que alguém visita este lugar tem de escolher um livro, aquele que preferir, e adoptá-lo, assegurando-se de que ele nunca desapareça, de que permaneça sempre vivo. É uma promessa muito importante - Para toda a vida - explicou o meu pai. - Hoje é a tua vez.

Carlos Ruiz Zafón - "A Sombra do Vento")

terça-feira, 28 de outubro de 2008

SOBRE A LEITURA

A leitura é um antídoto do medo. Quem saboreia o prazer da leitura nunca está sozinho. Entende a transitoriedade de tudo, e a possibilidade de mudança. Entende-se a si mesmo, e aprende a saber o que quer.


(Inês Pedrosa, "Expresso" 27/09/2008)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Plano Nacional de Leitura: 2 anos de actividade

A LEITURA ESTÁ A GANHAR CADA VEZ MAIS ESPAÇO NAS ESCOLAS

As crianças estão a ler mais e isso contribui para a melhoria dos seus resultados escolares, dizem as escolas em inquérito de avaliação do Plano Nacional de Leitura.


ler mais nas pp. 2-4 do jornal "Público" de hoje

Plano Nacional de Leitura : 2 anos de actividade

"A leitura está a ganhar cada vez mais espaço nas escolas.
As crianças estão a ler mais e isso contribui para a melhoria dos seus resultados escolares, dizem as escolas em inquérito de avaliação do Plano Nacional de Leitura."


ler mais nas pp. 2-4 do jornal "Público" de hoje

Plano Nacional de Leitura - 2 anos de actividade

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

NATUREZA

Já há 300 cabras selvagens no Gerês , mas... Só resta uma águia-real

A cabra-montês foi extinta do único parque nacional do país no final do século XIX. Mas, em 1999, uma escapada de alguns animais de um cercado galego permitiu o seu regresso em força.


Tal como aconteceu com a cabra-montês, também a águia--real está à beira da extinção no Parque Nacional da Peneda-Gerês.


Ler mais na edição do jornal Público de hoje e em


http://jornal.publico.clix.pt/

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO

Afinal, este dia também é pretexto para promoção da leitura e da literacia.
Logo de manhã, fomos surpreendidos pelos alunos do 7ºC que, assinalando na escola o Dia Mundial da Alimentação, distribuíram uma receita de creme de cenouras. À hora do almoço, pudemos saborear a dita sopa, cujo texto passamos a divulgar:

CREME DE CENOURAS

5 cenouras (lavadas e descascadas)
4 batatas (lavadas e descascadas)
1 cebola (descascada)
1 dente de alho (descascado)
1 colher (de sopa de arroz ou massinhas)
1 colher ( de sobremesa de azeite)
1 colher ( chá mal cheia de sal)

Põe a panela ao lume com dois litros de água. Junta o dente de alho, as cenouras, as batatas e a cebola, cortados aos pedacinhos.
Depois de tudo cozido, tempera com sal e azeite. Tritura com a varinha mágica.
Podes variar o creme, juntando uma colher de arroz ou de massinhas.
Deixa ferver até cozer.

Bom apetite!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

JOSÉ CARDOSO PIRES

A cidade de Lisboa iniciou, este mês, uma série de iniciativas dedicadas a José Cardoso Pires, passada que está uma década sobre a sua morte. Entre as actividades a empreender destacam-se encontros de amigos do escritor, leituras de excertos das suas obras, exposições bibliográficas, de ilustrações e de cartazes de divulgação dos títulos publicados, conferências, visitas guiadas para estudantes do 2º, 3º ciclos, secundário e público em geral, lançamentos de obras dedicadas ao autor, ciclos de cinema e documentários.

Nomes (e só citando alguns) como António Lobo Antunes, Júlio Pomar, Inês Pedrosa, Rui Zink, Lauro António, José Fonseca e Costa, António Mega Ferreira, José Eduardo Agualusa, Mário de Carvalho, Lídia Jorge, João Lobo Antunes e João Abel Manta e instituições como a Câmara Municipal de Lisboa, a Casa Fernando Pessoa, o Instituto de Ciência Sociais da Universidade de Lisboa, as Edições Nelson de Matos e o Centro Cultural de Belém participam (os primeiros) e apoiam (as segundas) esta justa homenagem ao escritor de Alexandra Alpha, A Balada da Praia dos Cães, Cartilha do Marialva, De Profundis: Valsa Lenta, Lavagante: encontro desabitado, O Delfim, entre outros. Mais informações nesta notícia Siconline.

(...) já agora, deixa-se uma sugestão: passear, por Lisboa, tendo como roteiro os lugares descritos em Lisboa: Livro de Bordo. Um excerto, para dar ânimo à empresa:

“A descer a Rua do Alecrim é que eu me quero pelas nove e tantas da manhã e no Outono, se possível. Deixo o Camões em bronze no meio do largo (sempre com uma pomba no ombro, nunca percebi porquê) e começo a descida. A poucos passos tenho o Eça, didáctico, a levantar o véu da fantasia a uma beldade desnuda como se alguém se deslumbrasse com semelhantes intimidades. Nem me volto, sigo em frente.Nisto, quando olho para o fundo da rua, descubro que os enormes guindastes da Lisnave da Outra Banda do rio se encontram quase do lado de cá, em cima do Cais do Sodré. Atravessaram o Tejo ou foi o Tejo que encolheu durante a noite?”


IN
http://oeiras-a-ler.blogspot.com/

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Os Deolinda - sabe quem são?

"Oscilam entre a crónica de costumes e a desmontagem de clichés. (...)
O mal deles faz-nos tão bem."

Depois do album de estreia, em Novembro de 2007, "Canção ao Lado", no próximo dia 18 culminam a tournée pelo país com um concerto na Aula Magna , em Lisboa, e lançam agora um videoclip...

A leitura que hoje propomos é sobre esta "banda bipolar", cujo trabalho é marcado pelos "contrastes, as subversões, as luzes , as sombras", e encontra-se nas pp 124-126 do último nº da revista "VISÃO" (de 9 a 15 de Outubro de 2008):

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Dinis Machado (1930 - 2008)

Considerado um dos génios da Literatura Portuguesa do século XX, faleceu no passado dia 3.
Dos muitos testemunhos e das palavras de homenagem que sobre ele se publicaram, destacamos o texto de Francisco José Viegas em

http://origemdasespecies.blogs.sapo.pt/

Nobel da Literatura para o escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio

Para saber mais, consultar notícia de última hora em

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1345433&idCanal=14

Eduardo Lourenço, "o homem que ensina Portugal a pensar"

Aos 85 anos, Eduardo Lourenço foi tema e figura central de um congresso internacional que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 6 e 7 de Outubro.
Em destaque, estiveram o seu trabalho e as suas ideias nas áreas da Filosofia, dos Estudos Literários, da Teoria da Cultura, da História, da Teoria Política.
O autor do "Labirinto da Saudade" foi também homenageado na revista RELÂMPAGO, nº 22, lançada dia 29 de Setembro, na Casa Fernado Pessoa.
De igual modo, a última edição da revista LER apresenta uma extensa entrevista com Eduardo Lourenço, de que destacamos a seguinte reflexão acerca dos livros e da leitura:
" (...) Há sobretudo esse tempo que é transportado fisicamente pelos livros. Esse pó que fica nos livros. O pó do Tempo. Nos novos instrumentos não haverá pó. É só o que lhes falta. Esse pó quer dizer o tempo, quer dizer a própria essência da nossa vida."

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Literatura

Em Lisboa, estão duas exposições a não perder:

Weltliteratur - "Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo, o Mundo!", na Gulbenkian

e Os Desenhos dos Escritores, no CCB

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

1 de Outubro, Dia Mundial da Música

A propósito, e porque todos os motivos são bons para celebrar este dia, aqui vai uma sugestão de uma boa biblioteca musical, onde se podem realizar buscas por ano, artista, género, sendo também possível criar a nossa própria lista pessoal: