domingo, 13 de julho de 2008

Há 50 nos

Portugal vivia sob uma ditadura que cerceava as liberdades e os direitos dos cidadão; surgem vozes na Igreja que vão questionar o tipo de regime ditatorial que não permitiam a liberdade de expressão, as liberdades de associação , que reprimia as oposições politicas, e controlava a Igreja Católica.Um dos principais polémicas com o regime de Salazar foi provocada pelo Bispo do Porto.Em 13 Julho de 1958 , o Bispo do Porto D. António Ferreira Gomes escreveu uma carta a Salazar, onde questionou o governante sobre a questão da liberdade de consciência , sobre a independencia da Igreja do Estado , sobre a liberdade sindical.Faz hoje 50 anos que o Bispo do Porto teve um acto de grande coragem e de consciência cívica. E deu um grande contributo para a tomada de consciencia de muitos católicos para o tipo de regime que existia em Portugal.
No jornal público de 6ª feira , 11 Julho, vinha um artigo sobre a apresentação de um livro com textos inéditos do Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes:" O caso do antigo bispo do Porto D. António Ferreira Gomes, que condenou aspectos da política de Salazar, revelou sobretudo "um notável desfasamento" entre o modo de ver de D. António e o dos restantes colegas de episcopado. A tese é do próprio bispo, que morreu em 1989, e está publicada em livro ontem apresentado no Porto, que reúne textos e documentos inéditos de Ferreira Gomes. Em Provas - A Outra Face da Situação e dos Factos do Caso do Bispo do Porto, que tinha sido organizado pelo próprio Ferreira Gomes mas que não chegou a publicar-se antes da sua morte, o bispo defende as suas posições e contesta as acusações do Estado Novo e do próprio Salazar.

A 13 de Julho de 1958, o bispo escreveu um pró-memória ao presidente do Conselho de Ministros, que deveria servir de base para um encontro entre ambos. No final, a audiência não se realizou e a "carta do bispo do Porto a Salazar", como o documento ficaria conhecido, acabou profusamente divulgada. Por causa disso, o bispo viveu exilado dez anos. O texto foi escrito após as eleições presidenciais em que participou Humberto Delgado, que acabaria derrotado, com a oposição ao regime a falar de fraude eleitoral. D. António defendia a autonomia da Igreja Católica em relação ao Estado, o sindicalismo livre e a liberdade de consciência. E criticava "o já hoje exclusivo privilégio português do mendigo, do pé-descalço, do maltrapilho". O ditador acusava o bispo de ter sido este a divulgar a carta, para denegrir o regime e abrir brechas na "frente nacional", perturbando "muitas consciências, até agora tranquilas", como referiu num discurso. Embora não dissesse que era por causa da carta, o presidente do Conselho ameaçava mesmo denunciar a Concordata entre Portugal e a Santa Sé e dissolver a Acção Católica - que congregava milhares de pessoas. "

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