terça-feira, 12 de junho de 2007

Com Alma e História

Olha-se para um objecto e tenta-se descortinar-lhe a alma. E sendo um objecto do quotidiano perguntamo-nos mesmo se a tem, realmente. Este tem.
Tudo tem um passado, próximo ou distante, natural ou moldado pelo homem. Este tem, moldado pelo homem e, provavelmente uma idade, que também tem (dizem-me opiniões fundamentadas, cerca de oitenta anos). Certo. Então recuou oitenta anos e situo-me, em termos de História de Portugal, no início do Estado Novo, 1926/27.
O Conselho Escolar do Liceu Vasco da Gama, Aveiro, propõe ao Ministro da Instrução Pública a alteração da designação para Liceu de José Estêvão, que foi aceite. Far-se-ão, certamente, alterações no instrumental burocrático do "novo" Liceu.
Miro novamente o objecto, rebolo-o nos dedos, acaricio-lhe a patine do tempo, noto o desgaste funcional e não evito alguma nostalgia. Imagino fugazmente o livros, revistas, documentos, folhas de exame, e sei lá quantos outros papéis estampou.
Cumpriu fielmente a sua função.
O velho carimbo da Biblioteca vai ser substituído.

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