quinta-feira, 12 de maio de 2011

O Prémio Camões, o mais importante galardão de literatura portuguesa, foi atribuído por unanimidade a Manuel António Pina.


Nome: Manuel António Pina
Nascimento: 1943, Sabugal

Jornalista e escritor, Manuel António Pina nasceu no ano de 1943, no Sabugal, na Beira Alta. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1971, exerceu a advocacia e foi técnico de publicidade. Abraçou a carreira de jornalista no Jornal de Notícias, onde passou a editor. A sua colaboração nos "media" também se distribui pela rádio e pela televisão.
Autor de livros para a infância e juventude e de textos poéticos, a sua obra apresenta uma grande coesão estrutural e reflete uma grande criatividade, exige do leitor um profundo sentido crítico e descodificador."Brincando" com as palavras e os conceitos, num verdadeiro trocadilho, Manuel António Pina faz da sua obra um permanente "jogo de imaginação", tal labirinto que obriga a um verdadeiro trabalho de desconstrução para se encontrar a saída.
Afirmou-se como uma das mais originais vozes poéticas na expressão pós-pessoana da fragmentação do eu, manifestando, sobretudo a partir de Nenhum Sítio, sob a influência de T. S. Elliot, Milton ou Jorge Luis Borges, uma tendência para a exploração das possibilidades filosóficas do poema, transportando a palavra poética "quer para a investigação do processo de conhecimento quer para a investigação do processo de existência literária" (cf. MARTINS, Manuel Frias - Sombras e Transparências da Literatura, Lisboa, INCM, 1983, p. 72).
Transmissora de valores, muita da sua obra infantil e juvenil é selecionada para fazer parte dos manuais escolares, sendo também integrada em antologias portuguesas e espanholas.
Os seus textos dramáticos são frequentemente representados por grupos e companhias de teatro de todo o país e a sua ficção tem constituído o suporte de alguns programas de entretenimento televisivo, de que é exemplo a série infantil de doze episódios Histórias com Pés e Cabeça, 1979/80.
Como escritor, é autor de vários títulos de poesia, novelas, textos dramáticos e ensaios, entre os quais: em poesia - Nenhum Sítio (1984), O Caminho de Casa (1988), Um Sítio Onde pousar a Cabeça (1991), Algo Parecido Com Isto da Mesma Substância (1992); Farewell Happy Fields (1993), Cuidados Intensivos (1994), Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança (1999), Le Noir (2000), Os Livros (2003); em novela - O Escuro (1997); em texto dramático - História com Reis, Rainhas, Bobos, Bombeiros e Galinhas (1984), A Guerra Do Tabuleiro de Xadrez (1985); no ensaio - Anikki - Bóbó (1997); na crónica - O Anacronista (1994); e, finalmente, na literatura infantil - O País das Pessoas de Pernas para o Ar (1973), Gigões e Amantes (1978), O Têpluquê (1976), O Pássaro da Cabeça (1983), Os Dois Ladrões (1986), Os Piratas (1986), O Inventão (1987), O Tesouro (1993), O Meu Rio é de Ouro (1995), Uma Viagem Fantástica (1996), Morket (1999), Histórias que me contaste tu (1999), O Livro de Desmatemática e A Noite, obra posta em palco pela Companhia de Teatro Pé de Vento, com encenação de João Luís.
A sua obra tem merecido, frequentemente, destaque, tendo sido já homenageado com diversos prémios, como, por exemplo, o Prémio Literário da Casa da Imprensa, em 1978, por Aquele Que Quer Morrer; o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens e a Menção do Júri do Prémio Europeu Pier Paolo Vergerio da Universidade de Pádua, em 1988, por O Inventão; o Prémio do Centro Português de Teatro para a Infância e Juventude, em 1988, pelo conjunto da obra; o Prémio Nacional de Crónica Press Clube/Clube de Jornalistas, em 1993, pelas suas crónicas; o Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários, em 2001, por Atropelamento e Fuga; e o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Grande Prémio de Poesia da APE/CTT, ambos pela obra Os Livros, recebidos em 2005.

Bibliografia: O País das Pessoas de Pernas para o Ar, Porto, 1973; Ainda Não É o Fim Nem O Princípio do Mundo Calma É Apenas Um Pouco Tarde, Lisboa, 1974; Gigões e Anantes, Porto, 1974; O Têpluquê, Porto, 1976; Aquele Que Quer Morrer, Lisboa, 1978; A Lâmpada do Quarto? A Criança?, Porto, 1981; O Pássaro da Cabeça, Lisboa, 1983; Os Dois Ladrões, 1983; Nenhum Sítio, Porto, 1984; Os Piratas, 1986; O Inventão: Aventuras do Maior Intelectual do Mundo, Porto, 1987; O Caminho de Casa, Lisboa, 1989; Um Sítio Onde Pousar a Cabeça, 1991; Farewell Happy Fields, 1992; Algo Parecido Com Isto, da Mesma Substância. Poesia Reunida 1974-1992, Porto, 1992; O Tesouro, 1993; Cuidados Intensivos, Porto, 1994; O Anacronista, 1994; O Meu Rio é de Ouro, Porto, 1995; Aquilo Que os Olhos Vêem ou O Adamastor, 1998; Histórias Que Me Contaste Tu, 1999; Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança, 1999; A Noite, 2001; Poesia Reunida 1974-2001, 2001; Atropelamento e Fuga, 2001; Pequeno Livro de Desmatemática, 2001; Perguntem aos Vossos Gatos e aos Vossos Cães, 2002; Porto, Modo de Dizer, 2002; Os Livros, 2003; Os Papéis de K., 2003; Queres Bordalo?, 2005, em parceria com Pedro Proença.

In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
http://www.infopedia.pt/

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