Um livro (creio) é algo com um princípio e um fim (mesmo se não for um romance em sentido restrito), é um espaço onde o leitor deve entrar, passear, até mesmo perder-se, mas a um certo ponto encontrar uma saída, ou talvez várias saídas.
Italo Calvino
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Livros
vale a pena encontrar livros quando são as pessoas quem os trazem,
pessoas aladas, borboletas carregadas de hístórias, de línguas e de sol.
Jorge Reis-Sá
pessoas aladas, borboletas carregadas de hístórias, de línguas e de sol.
Jorge Reis-Sá
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Está de parabéns, o centenário Manoel de Oliveira
53 filmes realizados (entre curtas e longas metragens), mais de 100 prémios recebidos, 100 anos e ainda a trabalhar! Manoel de Oliveira é, sem dúvida, um dos maiores cineastas do mundo, "o último dos primitivos", "um visionário",...
Merece, por isso, todas as homenagens que lhe possamos prestar. A nossa biblioteca já lhe dedicou em Novembro uma exposição temática.
Hoje, sugerimos, como leitura, o dossiê oliveiriano especial do JL nº 996 (pp. 6-22)
Merece, por isso, todas as homenagens que lhe possamos prestar. A nossa biblioteca já lhe dedicou em Novembro uma exposição temática.
Hoje, sugerimos, como leitura, o dossiê oliveiriano especial do JL nº 996 (pp. 6-22)
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cinema,
cultura portuguesa
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
António Alçada Baptista (1927- 7/12/2008).
Viajante, ensaísta, memorialista ("Peregrinação Interior"), editor (na Moraes), ficcionista ("O Riso de Deus") – o António Alçada era sobretudo um conversador e um sedutor. Ele seduzia as pessoas com quem se cruzava ao longo da vida, e seduzia os seus leitores com aquele tom suave, como é a inocência da sua obra. Estabeleceu uma ponte entre os dois regimes, em 1974 (as suas "Conversas com Marcelo Caetano" foram uma última tentativa de ler o regime e "O Tempo e o Modo" uma forma de o mudar). Tinha uma inteligência muito intuitiva, o que o levava a pensar com leveza sobre coisas profundas. E chegava antes dos outros a conclusões que poucos hoje lhe atribuem. Isso fazia dele um homem generoso de quem era difícil não gostar. Muita gente lhe deve muita coisa.
Francisco José Viegas em http://origemdasespecies.blogs.sapo.pt
Alçada Baptista: in memoriam
Muitos já não se lembram, outros nunca souberam, mas António Alçada Baptista foi no seu tempo um dos colunistas de maior sucesso na imprensa portuguesa. As suas crónicas, em jornais como o "Diário Popular", eram lidas e citadas com imenso interesse. Havia nele uma genuína abertura às mais diversas áreas do saber e desprendia-se um toque cosmopolita dos seus escritos, suavemente confessionais, que lhe permitia estabelecer profundos elos de cumplicidade com as mais diversas camadas de leitores. Alçada, um beirão da Covilhã transplantado para Lisboa, gostava de estabelecer pontes - entre pessoas, entre ideologias, entre crenças, entre continentes. Tendo por base a fé cristã, o personalismo de Mounier, os valores da lusofonia e sobretudo o culto da amizade.
Habituei-me desde muito novo a conviver com a prosa ágil de Alçada e a admirar-lhe o talento de pintor de quadros humanos em letra de imprensa. Gostava também de um certo tom humilde da sua escrita, longe das certezas categóricas dos pregoeiros de ilusões. Era um homem que gostava de reflectir sobre a política, a cultura, o quotidiano. Não se importava de exprimir dúvidas e inquietações num país onde demasiada gente cultiva o espírito de trincheira. E era sobretudo um homem de cultura, num sentido muito lato, que não se limitava a perscrutrar o mundo, mas se envolvia nele e procurava torná-lo um pouco melhor. Por isso fundou uma revista como "O Tempo e o Modo" e uma editora fulcral como foi a Moraes. Aí saíram os seus livros mais importantes: "Conversas com Marcello Caetano" (muito incompreendido à época), "O Tempo nas Palavras" e sobretudo a fulgurante "Peregrinação Interior", em dois volumes, um dos melhores roteiros intelectuais que a sua geração legou à posteridade.
Mais tarde viria a cultivar a ficção - faceta literária que nele nunca me interessou - e o texto memorialista, mostrando-se exímio na arte de contar histórias com personagens de carne e osso. Logo ele, que parecia conhecer toda a gente e não ter um só inimigo.
Vi-o pela última vez há cerca de dois anos, já muito alquebrado, à porta de sua casa, na zona de São Bento. Lembro-me de ter pensado, logo aí, que ficaria para sempre adiado o projecto de lhe fazer uma longa entrevista em que discorresse sobre o tempo em que viveu e o lugar que lhe coube em sorte. Ficou-me de lição: estes projectos nunca devem ser adiados. Alçada Baptista acaba de morrer, aos 81 anos. Em jeito de homenagem, vou regressar às páginas da "Pegerinação Interior", essa obra hoje tão esquecida que me ajudou a incutir o gosto de pensar.
Pedro Correia em http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/
Francisco José Viegas em http://origemdasespecies.blogs.sapo.pt
Alçada Baptista: in memoriam
Muitos já não se lembram, outros nunca souberam, mas António Alçada Baptista foi no seu tempo um dos colunistas de maior sucesso na imprensa portuguesa. As suas crónicas, em jornais como o "Diário Popular", eram lidas e citadas com imenso interesse. Havia nele uma genuína abertura às mais diversas áreas do saber e desprendia-se um toque cosmopolita dos seus escritos, suavemente confessionais, que lhe permitia estabelecer profundos elos de cumplicidade com as mais diversas camadas de leitores. Alçada, um beirão da Covilhã transplantado para Lisboa, gostava de estabelecer pontes - entre pessoas, entre ideologias, entre crenças, entre continentes. Tendo por base a fé cristã, o personalismo de Mounier, os valores da lusofonia e sobretudo o culto da amizade.
Habituei-me desde muito novo a conviver com a prosa ágil de Alçada e a admirar-lhe o talento de pintor de quadros humanos em letra de imprensa. Gostava também de um certo tom humilde da sua escrita, longe das certezas categóricas dos pregoeiros de ilusões. Era um homem que gostava de reflectir sobre a política, a cultura, o quotidiano. Não se importava de exprimir dúvidas e inquietações num país onde demasiada gente cultiva o espírito de trincheira. E era sobretudo um homem de cultura, num sentido muito lato, que não se limitava a perscrutrar o mundo, mas se envolvia nele e procurava torná-lo um pouco melhor. Por isso fundou uma revista como "O Tempo e o Modo" e uma editora fulcral como foi a Moraes. Aí saíram os seus livros mais importantes: "Conversas com Marcello Caetano" (muito incompreendido à época), "O Tempo nas Palavras" e sobretudo a fulgurante "Peregrinação Interior", em dois volumes, um dos melhores roteiros intelectuais que a sua geração legou à posteridade.
Mais tarde viria a cultivar a ficção - faceta literária que nele nunca me interessou - e o texto memorialista, mostrando-se exímio na arte de contar histórias com personagens de carne e osso. Logo ele, que parecia conhecer toda a gente e não ter um só inimigo.
Vi-o pela última vez há cerca de dois anos, já muito alquebrado, à porta de sua casa, na zona de São Bento. Lembro-me de ter pensado, logo aí, que ficaria para sempre adiado o projecto de lhe fazer uma longa entrevista em que discorresse sobre o tempo em que viveu e o lugar que lhe coube em sorte. Ficou-me de lição: estes projectos nunca devem ser adiados. Alçada Baptista acaba de morrer, aos 81 anos. Em jeito de homenagem, vou regressar às páginas da "Pegerinação Interior", essa obra hoje tão esquecida que me ajudou a incutir o gosto de pensar.
Pedro Correia em http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/
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literatura portuguesa
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
"O Rafa e as férias de Verão" na ESJE
Quinta-feira, 4 de Dezembro
15horas
Sala de Audiovisuais
Apresentação do livro da Prof.Drª Fátima Pombo pela DRª Isabel Roste e dos alunos das turmas G e H do 11º ano. A autora estará presente e haverá sessão de autógrafos.
Sobre a obra publicamos um comentário inserido do Blogue da obra, http://oslivrosdorafa.blogspot.com/ e que diz o seguinte:
"No n.º 69 deste mês de Novembro, a revista "Os Meus Livros", com o título “A adolescência vista pelo próprio”, Maria João Pina de Morais, crítica da secção infantil “primeiras letras”, apresenta assim o livro de Fátima Pombo:“Vale a pena ler este livro porque o Rafa interpreta bem a vida; ou seja, perante os pais divorciados e a tentarem reconstruir a vida afectiva, as duas irmãs mais novas e uma avó com Alzheimer, o Rafa não desarma.O livro está escrito em jeito de diário e, quer as paradigmáticas “borbulhas” e respectiva pomada, quer as emocionantes idas à praia com a Pilar, são momentos em que temos muito a aprender.Apesar de às vezes não parecer, a verdade é que as cabeças dos adolescentes pensam coisas giras!”Acresce a este comentário a indicação da editora – a Trinta Por Uma Linha – e a recomendação da idade – 13 anos. "
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Boas leituras...
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literatura portuguesa
Gonçalo M. Tavares premiado em Itália
O escritor recebeu em 21 de Novembro, em Itália, o Prémio Internacional Trieste 2008, com o livro “1″, originalmente publicado na Relógio D’Água.
É a décima primeira edição do Premio Internazionale Trieste - Poesia. O Prémio é composto por uma parte monetária, no valor de mil e quinhentos euros, e por uma obra de arte. Nos anos anteriores ganharam este prémio autores como Justo Jorge Padròn (Espanha), Alvaro Mutis (Colombia), Tahar Ben Jelloun (Marrocos/ França) e Omar Lara (Chile).
Gonçalo M. Tavares também assinou um contrato, para «sete ou oito livros», com a editora francesa Viviane Hamy. A editora Viviane Hamy, que publicou o romance «Jerusalém» e «O Senhor Valery», parece ter uma especial queda para as letras portuguesas ou relacionadas com lisboa, tendo editado «O incêndio do Chiado», de François Vallejo, passado na capital portuguesa.
Lisboa, aliás, será o cenário de algumas dessas obras, revelou Gonçalo M. Tavares à Lusa.
«Lisboa é uma cidade extraordinária. Tenho um projecto de fazer uma ficção inspirada em Lisboa», disse o escritor sobre o próximo trabalho que, possivelmente, incluirá também as cidades de Estocolmo, Helsínquia, Nova Iorque e Buenos Aires.
Gonçalo M. Tavares, apontado pela crítica francesa como «a revelação portuguesa», exprimiu o desejo de falar sobre as suas obras recentemente traduzidas para francês, «Jerusalém» e «O Senhor Valéry», para dar «a conhecer diferentes mundos e linhas de escrita diferentes».
Comentando as críticas positivas que a comunicação social especializada e generalista francesa lhe têm dedicado, Gonçalo M. Tavares considerou ser «agradável perceber que 'Jerusalém' tem impacto em França. Aprecio a qualidade da recepção e como esta acontece em diferentes espaços. Julgo que há um interesse cada vez maior pela Literatura Lortuguesa em França», concluiu o autor.
A mesma opinião parece ter a escritora Lídia Jorge que, juntamente com Gonçalo M. Tavares, representou a Literatura Portuguesa na iniciativa «Les Belles Étrangères», participando de um debate no Teatro de Châtelet, em Paris, para falar da sua produção literária, da literatura portuguesa e da relação entre as literaturas europeias.
À margem do encontro, Lídia Jorge declarou à Lusa: «Hoje os leitores europeus reconhecem que o imaginário português é um contributo para a Europa, abre uma porta do imaginário com África», (fonte http://diariodigital.sapo.pt/)
Gonçalo M. Tavares também assinou um contrato, para «sete ou oito livros», com a editora francesa Viviane Hamy. A editora Viviane Hamy, que publicou o romance «Jerusalém» e «O Senhor Valery», parece ter uma especial queda para as letras portuguesas ou relacionadas com lisboa, tendo editado «O incêndio do Chiado», de François Vallejo, passado na capital portuguesa.
Lisboa, aliás, será o cenário de algumas dessas obras, revelou Gonçalo M. Tavares à Lusa.
«Lisboa é uma cidade extraordinária. Tenho um projecto de fazer uma ficção inspirada em Lisboa», disse o escritor sobre o próximo trabalho que, possivelmente, incluirá também as cidades de Estocolmo, Helsínquia, Nova Iorque e Buenos Aires.
Gonçalo M. Tavares, apontado pela crítica francesa como «a revelação portuguesa», exprimiu o desejo de falar sobre as suas obras recentemente traduzidas para francês, «Jerusalém» e «O Senhor Valéry», para dar «a conhecer diferentes mundos e linhas de escrita diferentes».
Comentando as críticas positivas que a comunicação social especializada e generalista francesa lhe têm dedicado, Gonçalo M. Tavares considerou ser «agradável perceber que 'Jerusalém' tem impacto em França. Aprecio a qualidade da recepção e como esta acontece em diferentes espaços. Julgo que há um interesse cada vez maior pela Literatura Lortuguesa em França», concluiu o autor.
A mesma opinião parece ter a escritora Lídia Jorge que, juntamente com Gonçalo M. Tavares, representou a Literatura Portuguesa na iniciativa «Les Belles Étrangères», participando de um debate no Teatro de Châtelet, em Paris, para falar da sua produção literária, da literatura portuguesa e da relação entre as literaturas europeias.
À margem do encontro, Lídia Jorge declarou à Lusa: «Hoje os leitores europeus reconhecem que o imaginário português é um contributo para a Europa, abre uma porta do imaginário com África», (fonte http://diariodigital.sapo.pt/)
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Português Exacto
Aloja -se em http://www.portuguesexacto.pt/ e é o nome do site que a Porto Editora acaba de lançar; «pretende esclarecer todas as dúvidas relacionadas com o Português, incluindo as mudanças introduzidas pelo Acordo Ortográfico».
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