sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Postal de Natal da RBE

O domuslibrorum recebeu da Rede de Bibliotecas Escolares um postal de Natal com duas partes:

10 boas razões para utilizar a biblioteca: alunos
10 boas razões para utilizar a biblioteca: professores

Porque queremos partilhá-lo com todos aqueles a quem se destina, os utilizadores da Biblioteca/CR da Escola José Estêvão, aqui vai uma dica:

Download do postal RBE PDF

sábado, 15 de dezembro de 2007

Concurso de vídeos “BiblioFilmes – Livros, Bibliotecas, Acção!”


No âmbito do Plano Nacional de Leitura lançado pelo Governo de Portugal, um grupo de professores, decidiu criar um concurso que pretende lançar um desafio à comunidade da Língua Portuguesa a fazer um "filme" (em vídeo ou telemóvel) a contar a sua história e provar o quanto gostam da sua biblioteca e/ou de um livro.

página oficial do concurso http://bibliofilmes.com

blogue http://bibliofilmes.blogspot.com/

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Biblioteca Digital reunirá seis milhões de livros

A Biblioteca Digital Europeia, que em 2011 deverá ter reunido seis milhões de livros, documentos e outros bens culturais de todos os países da União Europeia, poderá facilitar a consulta, em Portugal, de obras de autores portugueses que não existem no país, nem mesmo no depósito da Biblioteca Nacional.
Através do projecto de Biblioteca Digital Europeia, «visa-se o alargamento das colecções digitais disponíveis para consulta», assinalou Helena Patrício, responsável pela Biblioteca Nacional Digital (BND).
A BND é uma secção da Biblioteca Nacional que funciona desde 2002, disponibilizando actualmente mais de 9.500 obras digitalizadas, incluindo livros na área da Arte, da História/Geografia, das Ciências Sociais, das Ciências Aplicadas e da Literatura/Linguística e onde se incluem títulos de Camilo Castelo Branco, António Feliciano de Castilho, Almeida Garrett, Alexandre Herculano ou Eça de Queirós.
Segundo Helena Patrício, a Biblioteca Nacional integra a rede temática da Biblioteca Digital Europeia, estando prevista, para o final de 2008, «a apresentação de um protótipo de portal para pesquisa e consulta de mais de dois milhões de objectos digitais provenientes de bibliotecas, arquivos, museus e arquivos audiovisuais».
A Biblioteca Nacional de Portugal participa igualmente no «The European Library» («A Bibliorteca Europeia»), um serviço a funcionar desde 2005 que propicia, actualmente, o acesso a recursos bibliográficos ou digitais de 47 bibliotecas nacionais de países europeus e que constitui um dos pilares da futura Biblioteca Digital Europeia, que permite um conhecimento e um intercâmbio alargado entre os vários países membros.
Fonte:

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Leitura crítica - Livros para serem furtados

Aqui vai hoje uma provocação:
"Meu pensamento vagabundeava enquanto eu via as figuras de um livro. Foi então que me apareceu uma idéia que nunca tinha visto. Pedagógica. Ela me veio quando me lembrei de uma estória que me contaram.
O agente do governo, desses encarregados de ir pelos campos visitando pequenos sitiantes para dizer-lhes das últimas maravilhas da ciência para assim melhorar suas colheitas e animais, estava desanimado. Visitava sitiantes, conversava, bebia café aguado e doce, contava sobre os porcos melhores que eles poderiam criar, ninguém discordava, mas ninguém fazia nada. Continuavam a criar os porquinhos caruncho, mirrados. Desanimado, ele contou sua tristeza para um velho sábio. E foi isso que ele lhe disse:
"O senhor está usando a pedagogia errada. O povo daqui sabe que ninguém faz nada de graça. São delicados. Não contestam. O senhor fala, eles prestam atenção mas ficam pensando: "O que é que o doutor quer tirar da gente?" O meu conselho é: Pare de visitar e aconselhar. É inútil. Compre uma chacrinha. Cerque com arame farpado, seis fios. E escreva: "Entrada proibida". Aí eles vão perguntar: "O que é que o doutor está escondendo da gente? O que é que a gente pode roubar dele?" Aí, de noite, eles vão assuntar. Vão ver seus porcos grandes e gordos... Agora são eles que vão visitar o senhor. Conversa vai, conversa vem, café com rosquinha, no final eles vão dizer: "Bonita a porcaiada sua. Sadia, grande, gorda..." Então, aos pouquinhos, como quem não quer nada, o senhor vai educando eles..."
Pensei que a filosofia do sábio matuto pode ser aplicada na educação. O roubo é um estímulo poderoso. Santo Agostinho roubava pêras do vizinho só pelo prazer de roubar. Eu mesmo roubei pitangas e, para realizar meu furto, inventei uma maquineta de roubar pitangas. Meu desejo de roubar me fez pensar.Todo pai, mãe e professora fica atormentando as crianças e adolescentes para ler. Comportam-se como o agente do governo tentando ensinar os caipiras. Mas eles não querem ler. Ler é chato.
Livro que se deseja ler são os livros proibidos: precisam ser roubados. Era assim quando eu era pequeno. A gente roubava o livro proibido e ia atrás das passagens mais escabrosas.
Conselho para o pai: compre um livro engraçado e se ponha a ler na presença do filho, durante o "Jornal Nacional". Quando chegar uma passagem engraçada ria, ria muito alto. O menino vai perguntar: "Pai, por que é que você está rindo?" "É esse livro aqui, meu filho." "O que é tão engraçado?" "Agora não posso explicar. Não posso interromper a leitura..." O menino fica intrigado. Seu pai está tendo um prazer que ele não tem. Aí o pai leva o livro para o quarto e o deixa sobre o criado mundo. O menino vai lá assuntar...
Sugiro alguns livros para esse exercício de roubo. As aventuras de Asterix e seu companheiro gordão, Obelix. As tirinhas do Calvin. Ah! Como as crianças e os adolescentes vão se identificar com o que o Calvin sente e pensa sobre a escola e a professora!
Antes de dormir estou me divertindo lendo o livro completo das tirinhas da Mafalda. A figura de que mais gosto é o Manolito, cabelo escovinha, burro, filho de um dono de armazém. Só pensa em ganhar dinheiro. Dá balas para os amigos e depois cobra. Quando o vejo lembro-me do patrão do Fernando Pessoa, o Vasquez. Só largo o livro quando as pálpebras não mais agüentam.Se um livro não provocar o desejo de roubo não merece ser lido."
(Rubem Alves, 21/11/07 - In http://www.brasilquele.com.br

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

"A Bíblia come-se"


No princípio era a palavra. Palavras soltas, nomes de coisas que se comem, que Tolentino Mendonça e Ilda David" recolheram na Bíblia. Depois veio um cozinheiro, Albano Lourenço, e criou 41 receitas. Aconteceu então um primeiro almoço. Vamos comer a Bíblia.(…)
Não é metáfora, é literal.
Para uma refeição bíblica, o P2 do jornal "Público", no dia 17.11.2007, através de um artigo de Alexandra Lucas Coelho, propõe cinco pratos: a entrada, o prato de peixe e a sobremesa do almoço de apresentação do livro, e dois pratos de carne alternativos, uma vitela sugerida por Albano Lourenço, o autor das receitas, e um cabrito sugerido por José Tolentino Mendonça, o padre-poeta que escreveu o prefácio do livro "A Bíblia Contada pelos Sabores - Receitas de Albano Lourenço" apresentado na Quinta das Lágrimas, que a Assírio & Alvim publicou há dias e já deu como esgotado em armazém.
A mesa "é um excelente espelho", disse Tolentino Mendonça ao P2. "Em torno da comida se descobre muito em profundidade o que são as indagações humanas, rituais e interditos. A mesa é um lugar de narrativas, cada comensal estabelece um pacto narrativo. É um lugar de escuta e de palavra, e a comida que se partilha é também a maior parte das vezes metafórica de outros alimentos."

Ver mais em http://revisitaraeducacao.blogspot.com/

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A BIBLIOTECA ESCOLAR – PASSADO, PRESENTE E FUTURO

De uma Acção de Formação realizada no âmbito das BE's resultou este texto que julgo valer a pena relembrar.


A BIBLIOTECA ESCOLAR – PASSADO, PRESENTE E FUTURO


“Ninguém morre por não saber ler. Pode é, ao ler, descobrir que alberga outras vidas, outros sonhos e outros seres dentro de si.”
(
José Jorge Letria, Do Sentimento Mágico da Vida)


Cada biblioteca é um pedaço do universo. Espaço inspirador e vibrante, a B. E. é um ventre enorme, acolhedor, sempre pronto a dar à luz. Essencial à operacionalização do conceito de literacia, tal espaço constitui uma unidade de informação, pesquisa, trabalho, partilha, divulgação, leitura, escrita, aprendizagem continuada… conjugando a curiosidade, o interesse, o prazer, o esforço, o trabalho…
No passado, era o reino do livro, dos depósitos documentais, da “memória vegetal” (Umberto Eco)- do papel. No presente, que já é futuro, o “papel” co-habita com “o pixel”: a actividade cerebral, humana, a ”memória orgânica” inter-age com a “memória mineral”, o computador, a Web2.0; os leitores da geração “Wikis” , Ebooks e blogues já não são só leitores, mas “escrileitores” ou “Wreaders”. Atenta à mudança, a actual B. E. absorve novas e diferentes formas materiais, uma multiplicidade de objectos culturais, uma pluralidade de linguagens.
Portanto, é legítimo perguntar-se: tem de haver espaço para tudo na B.E.?
É certo que ela se deve modernizar, adaptar, visando as necessidades e os interesses dos utentes contemporâneos. À escola, aos alunos e professores, às Bibliotecas em geral, e particularmente às B. E.s são colocados novos desafios. O ensino necessita de ser re-inventado. A quantidade de conhecimentos que as sociedades modernas produzem aumentam progressivamente, as fontes são cada vez mais numerosas, intensifica-se a velocidade a que circulam.
O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação tem suscitado o questionamento do papel do livro impresso no mundo actual, que seria substituído por novas formas e técnicas de produção, reprodução e difusão de conteúdos. Sobretudo na última década vem-se assistindo ao aparecimento de livros em versão digital e de dispositivos de leitura de livros electrónicos. Há quase um século, Paul Valéry apregoava que “um livro é uma máquina de ler!”… E nunca como hoje isso foi tão verdade. As animações em computador dos poemas construtivistas e experimentalistas de E. de Melo e Castro são tão espectaculares que se pode dizer que esses textos parecem ter estado à espera dos media electrónicos. “Todos estes textos fisicamente movíveis dão-nos a ilusão, como leitores, de uma liberdade absoluta, mas é apenas uma ilusão. A máquina que nos permite construir um texto infinito com um número limitado de letras já existe há muito tempo: é o alfabeto.” (Umberto Eco)
Ora, este mundo mais imediato não deixa de proporcionar novas potencialidades e oportunidades. Por exemplo, a democratização do acesso às TIC pode facilitar o e-Learning, não apenas institucional, mas também o acesso de meros “curiosos” de todos os lugares e idades. E os meios são espantosamente variados e numerosos.
A Internet disponibiliza recursos de forma atraente, por isso ocupa um lugar de destaque nas bibliotecas escolares. Contudo, nem sempre estes recursos são aproveitados e explorados da melhor forma. A net disponibiliza recursos…. Isso já é passado! A Internet é uma ferramenta motivadora no processo de aprendizagem. O sistema educativo, ao integrar as novas tecnologias, renovou as metodologias e práticas; assim transmitir, adquirir, partilhar e pesquisar informação e conhecimentos tornou-se mais acessível a todos. Um novo paradigma chegou: a WEB 2.
Neste paradigma privilegiam-se os ambientes interactivos, a criação e a publicação de conteúdos. Não basta pesquisar! A troca de informação, a colaboração constante entre parceiros e a disponibilização de um conjunto de serviços virtuais é uma realidade. Nós somos parte integrante da Web 2.0. A WEB 2.0 proporciona o renascimento do conceito de Biblioteca: a Biblioteca 2.0. Este é o nome dado às Bibliotecas que recorrem às ideias e aplicações da Web 2.0. Oferecem-se politicas e serviços que promovam uma participação activa da comunidade de utilizadores na criação de conteúdos. A biblioteca apresenta-se aberta, sem limites, universal e apelando à participação.A Biblioteca web2.0 deverá estar assente em quatro pilares:O utilizador – é activo, faz parte do processo, participa na construção dos conteúdos.Oferece uma experiência multimédia – “ colecções e serviços de Biblioteca 2.0, contêm componentes de áudio e vídeo.” (Maness, 2006) A vertente social é valorizada, pois a comunicação torna-se mais rica e diversificada.É comunitariamente inovadora isto é, os serviços estão disponíveis não a alguns indivíduos, mas toda a comunidade pode pesquisar, seleccionar e utilizar a informação. Qual a grande novidade desta nova Biblioteca? - A “ Biblioteca web2.0 é uma comunidade virtual centrada no utilizador.” (Maness, 2006) Agora, o lema é o utilizador procura a biblioteca e a biblioteca procura o utilizador, numa relação cooperativa. Os sítios Web das bibliotecas podem ser locais onde o utilizador pode contribuir, escrever, dar a sua opinião, editar e criar informação. Pode ainda criar uma comunidade temática e criar conexões. Com a web Biblioteca 2.0, a biblioteca de futuro, ter-se-á de repensar a sua missão e a colecção. A missão e a política deverão valorizar a cooperação e um acesso mais abrangente.O valor da colecção reside na acessibilidade e não no número de publicações.

Parece-nos que a complementaridade livro/documento em formato papel e documento em formato digital será a dominante. No entanto, será que a nível técnico e científico o mundo digital ganhará cada vez mais terreno?
O mundo de hoje, o mundo da sociedade da informação e do conhecimento, não é plano. É antes, um universo atravessado por fluxos contínuos, pautado pela celeridade, a crescente complexidade e inter-acção. A B. E. aproxima-se mais da ideia de um interface, colaborativo, criativo, um espaço atractivo, um nicho de sinergias, quase um ecossistema, “ outras vidas, outros sonhos e outros seres dentro de si” ; e - porque não? - uma montra onde a escola se revê… Afinal, um pequeno pedaço do universo.
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BIBLIOGRAFIA

Bairrão, Margarida; Borges, Luís, (2007). Gestão da Informação na Biblioteca Escolar, Guestknowing

Maness, Jack (2006). Teoria da Biblioteca 2.0: web2.0 e suas implicações para as bibliotecas, disponível em http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/831/623, (acedido em 14.06.2007)

http://www.rbe.min-edu.pt/ Manifesto das Bibliotecas Escolares – Dia Internacional das Bibliotecas Escolares
(este ano sob o lema: APRENDER MAIS E MELHOR NA BIBLIOTECA ESCOLAR)



Aveiro, 10-17 de Outubro de 2007

Os formandos:
José Manuel dos Reis Caseiro
Maria Alice Pinho e Silva
Maria Dulcínea Aires